Pasteurização de leite materno: entenda o processo e equipamentos essenciais
A pasteurização de leite materno é um tratamento térmico que elimina microrganismos potencialmente prejudiciais que podem estar presentes no leite humano após a sua coleta.
A fase da amamentação é repleta de amor, conexão e, por vezes, de muitas dúvidas. Para muitas mães, sobretudo aquelas com bebês prematuros, a segurança deste alimento gera um alto nível de preocupação.
Diante desse cenário, a pasteurização de leite materno surge como um procedimento extremamente importante e um verdadeiro ato de cuidado que garante a saúde dos pequenos.
Sabemos que compreender o que é e como funciona a pasteurização de leite materno pode parecer complexo à primeira vista, por isso, estamos aqui para explicar tudo sobre esse processo. Continue conosco e aproveite a leitura!
O que é a pasteurização de leite materno e por que ela é tão importante?
Em uma linguagem simples, a pasteurização de leite materno é um tratamento térmico que elimina microrganismos potencialmente prejudiciais, tais como vírus e bactérias, que podem estar presentes no leite humano, sem destruir seus componentes nutricionais mais valiosos.
A principal razão para realizar esse procedimento é garantir a segurança, principalmente, em bancos de leite materno, onde o leite doado será oferecido a recém-nascidos prematuros ou com o sistema imunológico ainda em desenvolvimento.
Para esses bebês, uma infecção que para um recém-nascido saudável seria trivial, pode ter consequências graves.
Dessa forma, o processo assegura que o leite seja um alimento seguro e livre de riscos, se mantendo como a melhor opção nutricional.
Como funciona o processo de pasteurização?
O método mais utilizado e reconhecido mundialmente para a pasteurização de leite materno é o Método Holder.
Ele foi cuidadosamente desenvolvido tanto para eliminar os patógenos quanto para preservar ao máximo as propriedades nutritivas e imunológicas do leite. Geralmente, o processo pode ser separado em três etapas:
Pré-aquecimento
Previamente coletado e armazenado em frascos de vidro esterilizados, o leite é submetido a um banho-maria específico.
A água é aquecida de forma gradual até que o leite atinja exatamente 62,5?°C. Esse aquecimento controlado é primordial para não “cozinhar” o leite e comprometer seus componentes.
Tempo de letalidade térmica
À medida que o leite atinge 62,5 °C, ele é mantido nessa temperatura por exatos 30 minutos, o que representa o coração da pasteurização de leite materno.
Esse tempo foi cientificamente determinado como suficiente para inativar a grande maioria dos microrganismos sensíveis ao calor que podem causar doenças.
Resfriamento
Depois de 30 minutos, os frascos são imediatamente retirados do banho-maria e submetidos a um resfriamento em água gelada.
Nesse momento, o objetivo é baixar a temperatura para 5 °C ou menos, impedindo a proliferação de qualquer microrganismo que possa ter sobrevivido ao calor.
É indicado que esse processo seja feito de forma gradativa para preservar a integridade do frasco.
Quais são os equipamentos e materiais necessários para uma pasteurização segura?
Conduzir a pasteurização de leite materno de forma correta exige equipamentos específicos que garantem a precisão e a segurança em todas as etapas. Normalmente, os itens necessários incluem:
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Pasteurizador de leite humano: Utilizado em Banco de Leite Humano (BLH), este equipamento oferece um controle rigoroso de temperatura, capaz de manter os 62,5 °C de forma estável durante todo o processo.
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Frascos de vidro com tampa: O vidro é o material mais adequado por ser inerte, não liberar substâncias no leite, suportar as variações de temperatura e ser facilmente esterilizável.
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Termômetro: Para monitorar constantemente a temperatura da água e do leite materno.
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Resfriador rápido ou banho de água e gelo: Para garantir que o resfriamento seja eficiente e rápido.
Vale a pena dizer que a higienização e a manutenção corretas desses equipamentos são tão importantes quanto o processo em si.
Regras de ouro e boas práticas
Para que a pasteurização de leite materno seja eficaz, seguir um protocolo rigoroso de higiene e manipulação é indispensável.
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Higiene pessoal: Lave bem as mãos e os braços antes de iniciar qualquer etapa.
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Esterilização: Todos os materiais que entram em contato com o leite, especialmente os frascos de vidro, devem ser rigorosamente esterilizados.
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Ambiente controlado: O processo deve ser feito em um local limpo, organizado e dedicado a essa finalidade.
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Monitoramento contínuo: A temperatura e o tempo devem ser monitorados e registrados meticulosamente. Qualquer desvio pode comprometer a segurança ou a qualidade do leite.
Como é feito o controle de qualidade?
Após a pasteurização, o Banco de Leite Humano (BLH) envia uma amostra de cada lote de leite para análise microbiológica, se certificando de que o processo foi bem-sucedido e que o leite está seguro para o consumo.
A manutenção dos equipamentos também é uma parte indispensável do controle de qualidade.
Dito isso, a limpeza do pasteurizador e a calibragem periódica dos termômetros são práticas que asseguram a eficácia contínua do método.
Ainda, os frascos de vidro devem ser inspecionados a cada uso, buscando por fissuras ou qualquer sinal de dano que possa comprometer a esterilização e a segurança.
A pasteurização de leite materno muda a composição nutricional do alimento?
Uma dúvida comum e muito pertinente é sobre as perdas nutricionais. Podemos dizer que, de fato, a pasteurização de leite materno pode reduzir a atividade de alguns componentes imunológicos, como a imunoglobulina A (IgA) e a lactoferrina.
Contudo, é de extrema importância saber que o leite materno pasteurizado continua sendo infinitamente superior a qualquer fórmula infantil, mesmo com essa pequena redução.
Isso porque a maioria das vitaminas, minerais, gorduras, carboidratos e proteínas fundamentais para o desenvolvimento do bebê são preservados.
Sendo assim, mesmo após a pasteurização, o leite materno oferece uma proteção imunológica que nenhuma outra fonte alimentar consegue replicar.
Portanto, a decisão de pasteurizar é uma escolha pela segurança que ainda mantém um alimento de altíssimo valor nutricional.
Quais são os erros mais comuns da pasteurização de leite materno?
Se você deseja garantir o sucesso do processo, deve estar ciente dos erros mais comuns que podem ocorrer. Por exemplo:
Temperatura incorreta
Tanto o aquecimento excessivo quanto o insuficiente são prejudiciais. O primeiro pode degradar nutrientes importantes, enquanto o segundo pode não eliminar todos os microrganismos.
Agitação inadequada
Durante o aquecimento, o leite precisa ser agitado suavemente em intervalos regulares para garantir que a temperatura seja uniforme em todo o frasco.
Refrigeração lenta
A demora no resfriamento cria uma “janela de oportunidade” para que bactérias resistentes ao calor possam se multiplicar. Por esse motivo, o resfriamento deve ser rápido e imediato.
Quando entendemos cada passo e a importância de realizar a pasteurização de leite materno corretamente, estamos contribuindo para a saúde e o futuro de muitos bebês.
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